HIPERIDROSE: O QUE VOCÊ NÃO SABIA SOBRE SUAR A CAMISA.

Hiperidrose suor
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MOTIVOS PARA SUARMOS A CAMISA

 

SUOR EXCESSIVO

 

A quantidade de suor que uma pessoa adulta produz é variável de indivíduo para indivíduo e depende da idade, sexo e raça, além de ser influenciada por fatores endógenos (como algumas doenças, etc) e exógenos (como a temperatura do ambiente, etc).

Quando o suor é produzido em quantidade excessiva damos o nome de hiperidrose. Pode acometer 1 – 4 % da população mundial. Esse suor excessivo pode ser generalizado, localizado, simétrico, isto é bilateral ou assimétrico.

A sudorese excessiva pode prejudicar a qualidade de vida das pessoas afetadas, podendo levar a desconforto físico e comprometimento das atividades pessoais e profissionais. Pode provocar desde uma simples constrangimento social, por estar usando uma roupa manchada pelo suor, até a necessidade de mudar sua atividade de trabalho.

O suor é produzido pelas glândulas sudoríparas e é essencial para a vida, pois controla a temperatura interna do corpo. Isto é chamado de termorregulação corporal e é o principal mecanismo utilizado pelo ser humano para lidar com exposições a temperaturas elevadas, seja durante exercício físico ou em situações patológicas. O suor também é produzido em situações de ansiedade.

Mãos, pés e axilas concentram a maior parte dos problemas ligados à sudorese excessiva. A hiperidrose ocasionada por fatores emocionais geralmente é localizada na região das palmas das mãos ou plantas dos pés, mas também, às vezes, em região da fronte (testa).

 

FORMAS DE HIPERIDROSE

 

Há basicamente duas formas de hiperidrose:

1 – Primária ou idiopática: aquela que não tem uma causa definida. Geralmente localizada nas axilas, palmas das mãos e plantas dos pés, face.  Na hiperidrose primária, apesar das glândulas serem normais, ocorre uma resposta anormal a estímulos nervosos, como ansiedade ou emocional. Pode ter início também na infância e adolescência.

2 – Secundária: Pode ser generalizada ou localizada e é devido ao uso de algumas medicações ou algum distúrbio do organismo: diabetes, problemas na tireóide, menopausa, obesidade, neoplasias, etc.

Na maior parte dos casos a hiperidrose tem causa idiopática, ou seja, não é causada por uma doença de base. Esse tipo de hiperidrose geralmente é focal, bilateral e confinada em regiões de maior concentração de glândulas sudorípras (axilas, palmas das mãos, planta dos pés, face e virilha).

Frequentemente aparece por volta dos 20 – 30 anos de vida e tem história familiar positiva em 30% dos casos.

 

TIPOS DE HIPERIDROSE:

 

1 – Hiperidrose Assimétrica: ocorre só de um lado do corpo, por exemplo, só em uma axila ou mão, geralmente é causada por alterações ou doenças neurológicas.

2 – Hiperidrose Gustativa: localizada em partes da face como, lábios, fronte (testa), nariz e bochecha. Pode ocorrer de forma natural em algumas pessoas após a ingestão de certos alimentos picantes e condimentados. Não se sabe ao certo a sua causa.

3 – Hiperidrose Termorregulatória Generalizada (Hipotalâmica): são aquelas causadas por aumento da temperatura do corpo, seja esse aumento por: exercícios físicos, febres de qualquer natureza, medicamentos, doenças metabólicas (hipoglicemia, problemas na tireóide), etc.

4 – Hiperidrose Emocional (Cortical): aqui se encontram a maioria dos casos de hiperidrose. É a forma generalizada, mais evidente nas regiões de axilas, palma das mãos, planta dos pés e virilhas. Pode ser localizada também. Torna-se um problema social de relevada importância e se agrava ou ocorre exatamente nos momentos de ansiedade.

 

SUDORESE EXCESSIVA: POR QUE EU ?

suor excessivo

 

A sudorese palmoplantar pode ser contínua ou fásica. A contínua piora nas estações quentes do ano e não é estimulada pelo emocional. O tipo fásico relaciona-se com o emocional e não é diferente no verão ou no inverno.

A sudorese axilar pode ser contínua, mas é mais frequente ser do tipo fásica, podendo ser ou não agravada pelo calor e estado emocional.

A sudorese do couro cabeludo e da face traz um desconforto que em geral o paciente suporta bem. Essa sudorese torna-se incomoda quando há presença de dermatite seborreica associada.

As virilhas não apresentam muitas queixas, muito embora seja sede frequente de infecções por fungos ou bactérias.

A localização de hiperidrose plantar constitui um terreno favorável para infecções fúngicas e bacterianas, além de dermatites. A utilização de meias grossas e calçados muito fechados contribuem para esses quadros.

 

TRATAMENTO DAS HIPERIDROSES EM GERAL

 

Com a intenção de reduzir os problemas causados pela hiperidrose, vários tipos de tratamentos vêm sendo aplicados, porém poucos têm efeitos efetivos ou aceitáveis na prática diária dos pacientes afetados.

suor tratamento

Tratamento não cirúrgico:

 

  • Aplicação de antitranspirantes e cremes a base de compostos que reduzem a sudorese. O cloreto de alumínio é muito utilizado em casos focais, principalmente axilar e palmoplantar. Por sua segurança e razoável eficácia é considerado tratamento de primeira escolha. Com a melhora clínica diminui-se a frequência de aplicações para 2 a 3 vezes por semana. Pode levar a irritação local leve a moderada.

 

  • Iontoforese: consiste na aplicação de uma substância ionizada na pele íntegra através de corrente elétrica. É mais utilizada para sudorese de palmas e plantas. São feitas sessões de 2 – 3 vezes por semana. Funciona relativamente bem para casos palmo-plantares, mas pouco nos quadros axilares. Além disso, é um tratamento longo que requer manutenção constante.

 

  • Toxina Botulínica: Se tornou o padrão ouro no tratamento da hiperidrose, principalmente axilar. Pode ter duração na diminuição da sudorese de 4 a 12 meses, o que depende do indivíduo e local da sudorese. É aplicada diretamente no local com agulha fina. Sua aprovação para uso em sudorese excessiva ocorreu em 2004. A eficácia pode alcançar de 82 a 87% na redução da quantidade de suor pós tratamento.

 

  • Terapia Oral: as medicações empregadas no tratamento da hiperidrose incluem agentes anticolinérgicos (os mais usados), ansiolíticos e antidepressivos. Geralmente são recomendadas com segunda ou terceira opção terapêutica naqueles casos de hiperidrose severa com acometimento de palmas, plantas ou axilas.

 

Tratamento cirúrgico:

 

  • Lipossucção e Curetagem: podem ser usadas separadas ou em conjunto. O objetivo aqui é remover o tecido subcutâneo incluindo a glândula sudorípara. A sucção realizada em duas a três sessões pode ter bons resultados. Geralmente utilizada após as tentativas com tratamento clínico falharem.

 

  • Simpatectomia: essa técnica foi usada pela primeira vez para tratamento da hiperidrose em 1920.  Hoje é feita por videoendoscopia minimamente invasiva e consiste na desnervação simpática. Tem uma taxa de insucesso em torno de 20%. Constitui o último estágio no tratamento da hiperidrose plantar, facial e axilar grave. O procedimento é feito por cirurgião torácico, sob anestesia geral. Os resultados chegam a atingir até 97% de sucesso. Pode ocorrer hiperidrose compensatória do tronco após esta técnica, porém geralmente em menor quantidade que a hiperidrose de base.

 

A sudorese excessiva pode levar a problemas sérios tanto no âmbito social como no profissional. Há uma enorme variedade de situações decorrentes da hiperidrose que interferem negativamente na vida das pessoas afetadas.

Por isso se torna muito importante o tratamento, mesmo que não sendo definitivo na cura, mas para ao mesmos amenizar o desconforto ocasionado pela sudorese excessiva.

Posted on 10 de junho de 2016 in Doenças

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