DERMATITE ATÓPICA: DICAS E FATOS

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DERMATITE ATÓPICA E ALERGIA ALIMENTAR

 

A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica, não contagiosa, de origem genética, que evolui em surtos, com períodos de melhora e piora, mas sempre acompanhada de pele seca. É muito mais frequente em crianças do que em adultos. As lesões na pele surgem como manchas vermelhas que coçam muito, às vezes com pequenas bolhas ou com o engrossamento da pele.

Os locais de aparecimento variam de acordo com a idade do paciente: em crianças pequenas as lesões podem começar na face, em crianças maiores geralmente começam nas dobras e nos adultos podem surgir inicialmente nas mãos ou nas áreas mais secas do corpo.

 

ALERGIA ALIMENTAR NA DERMATITE ATÓPICA

 

Existe correlação entre alergia alimentar e dermatite atópica, mas isso não ocorre em todos os casos.

Cerca de 30% dos pacientes com dermatite atópica têm alergia a algum tipo de alimento, sendo mais frequente nas crianças pequenas e nos quadros mais graves. Nas dermatites leve e nos pacientes adultos, a chance de alergia alimentar é muito pequena.

Os principais alimentos envolvidos com a dermatite atópica são:

 

alergia amendoim

 

  • Leite de vaca,
  • Leite de cabra,
  • Ovo,
  • Peixes,
  • Crustáceos,
  • Milho,
  • Amendoim, correspondendo a 80% de todos os casos.

 

Os chocolates estão muito pouco relacionados a dermatite atópica, porém você deve ficar atento aos pacientes com alergia ao leite de vaca, pois a maior parte dos nossos chocolates possui leite.

Comprovar a presença de uma alergia alimentar não é uma tarefa fácil. Algumas vezes, a simples observação pode dar alguns indícios de algum tipo de alergia.

Caso se suspeite de um alimento, é importante saber que, se ele for a causa da piora da dermatite, isso deverá ocorrer sempre que se ingerir tal alimento. Essa reação pode ocorrer após alguns minutos, horas ou até dias após a ingestão.

Se a suspeita for o leite de vaca, a piora deverá ocorrer na ingestão de leite, queijos ou iogurtes. Isso acontece porque na dermatite atópica o paciente alérgico a um certo alimento produz uma proteína chamada IGE que é específica contra esse alimento. Chamamos esse processo de sensibilização. Toda vez que ele ingerir o alimento, essa IGE é ativada e inicia o processo alérgico que culminará com a piora dos sintomas.

 

EXAMES SOLICITADOS

 

Existem 2 tipos de exames que geralmente são solicitados nos quadros de dermatite atópica e alergia alimentar.

O Prick Test, que é feito na pele, e o Rast, que é feito no sangue, porém, não são todos os alimentos que podemos verificar com esses exames.

No caso da dermatite atópica, se os exames vierem negativos, temos 90% de chance de afirmar que o paciente não é alérgico ao alimento testado. Se for positivo, será necessário excluir o alimento e observar como o paciente se comporta. São muito comuns os resultados falso-positivos e portanto esses resultados devem ser vistos com muita cautela para se evitar dietas de eliminação desnecessárias.

Em relação aos conservantes presentes em alguns alimentos, não há comprovação científica de que eles possam estar relacionados com a piora da dermatite atópica. Além do mais, essa é uma dieta de restrição muito difícil e não trará nenhum benefício. Quanto aos corantes, mesmo que algumas pessoas percebam uma piora após ingerir alimentos muito ricos em corantes artificiais como gelatinas ou alguns sucos, não há dados suficientes que comprovem que seja útil uma dieta com isenção de corantes.

Se o paciente tiver alergia alimentar, a retirada do alimento suspeito contribuirá para uma melhora importante do quadro, mas não se esqueça que a dermatite é uma doença multifatorial, isto é, ela pode ser influenciada por inúmeros fatores fora os alimentos, como por exemplo, produtos químicos, ácaros, temperatura e umidade do ar e estresse emocional.

 

A DIETA NA DERMATITE ATÓPICA

 

dermatite atópica

 

Quando a alergia alimentar se confirma, deveremos fazer uma dieta de eliminação, pois isso poderá contribuir efetivamente para a melhora do quadro. Essa dieta em geral não é para sempre, pois a pessoa eventualmente pode perder a sensibilidade ao alimento.

É nessa hora que entra em ação alguém que poderá nos ajudar muito: um profissional de nutrição, pois retirar o leite de um bebê implica fornecer em troca um substituto seguro, ou seja, garantir que não haverá reação alérgica e assegurar o bom fornecimento de nutrientes para o seu crescimento e desenvolvimento.

Ele também nos ensina receitas alternativas que permitem variar o cardápio garantindo uma refeição prazerosa, como deve ser.

Uma vez estabelecido o alimento suspeito, deve ser necessária sua localização, especialmente nos produtos industrializados. Você deve ser orientado a ler rótulos e neles buscar os alimentos proibidos.

Por exemplo, a maior parte das margarinas vegetais levam leite e isso nem sempre fica claro nas embalagens, podendo levar à piora do quadro de dermatite com a ingestão acidental. Um outro ponto importante é saber que muitas vezes os alimentos aparecem com nomes “disfarçados”, por exemplo, a palavra albumina presente num rótulo, pode significar ovo e caseína pode significar leite.

Por isso, a informação e o conhecimento são fundamentais. Se o paciente frequenta escolas ou creches, estas devem ser orientadas a principalmente evitar a troca de lanches.

Como você pode perceber, a alergia alimentar e a dermatite atópica podem andar juntas, mas isso não é tão frequente como se pensa. É muito importante que o diagnóstico seja preciso para se evitar dietas desnecessárias que inclusive podem levar a uma deficiência de nutrientes vitais e a um distúrbio importante na rotina familiar.

 

DICAS E FATOS SOBRE A DERMATITE ATÓPICA

 

  1. Dermatite atópica não é contagiosa. Você não pode “pegá-la” de um colega de escola.
  2. Mantendo a pele úmida e bem hidratada é a melhor defesa contra crises recorrentes.
  3. Evite o aquecimento e a transpiração quando possível, pois aumenta a coceira e pode piorar a dermatite atópica.
  4. Vestuários feitos com algodão, muitas vezes, são melhor tolerados por pessoas com dermatite atópica.
  5. Evite sabonetes em barra, e tente selecionar produtos que são formulados para dermatite atópica e/ou pele sensível.
  6. Muitos protetores solares contêm ingredientes que causam irritação. Procure por filtros solares que são formulados para pele sensível, ou procure formulações com protetores solares físicos (por exemplo, dióxido de titânio ou óxido de zinco).
  7. Manter as unhas aparadas curtas e lisas. Isto ajudará a reduzir os danos causados ao coçar a pele.
  8. Certifique-se de que utiliza os produtos de prescrição como recomendado pelo seu médico. Pacientes com dermatite atópica muitas vezes usam muito pouco, o que reduz a eficácia do tratamento.

Se você quiser saber mais sobre alergia alimentar acesse: www.cecsaude.com.br/alergia-alimentar

Posted on 9 de novembro de 2017 in Curiosidades, Doenças

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