HERPES ZOSTER: NERVOS À FLOR DA PELE
O VÍRUS DO HERPES ZOSTER
Herpes zoster é uma infecção causada por um vírus. Na verdade, ele é a reativação do vírus da catapora (varicela), que geralmente ocorre na infância. Muitas pessoas já tiveram contato com o vírus da catapora, mas não sabem que o vírus permanece no seu organismo durante toda a vida. Ele se esconde no sistema nervoso aguardando o momento para ser reativado. Geralmente ele espera uma queda da imunidade para se reativar e então, iniciar a doença chamada herpes zoster ou somente zoster.
Zoster é uma palavra grega que significa “cinturão” e reflete uma das principais características da doença: a formação de bolhas muito doloridas ao longo de uma faixa da pele, em geral em apenas um lado do corpo.
O Herpes Zóster poderá afetar até um terço da população, sendo mais frequente depois dos 50 anos, uma vez que as baixas do sistema imune são mais comuns com o avançar da idade.
Além da queda do sistema imune com o envelhecimento, outros fatores e situações também contribuem para a reativação do vírus: pessoas que já realizaram transplantes e pessoas com algum tipo de doença crônica como diabetes, HIV ou outras condições que exigem o uso de remédios imunossupressores.
Segundo uma pesquisa publicada no Periódico Científico BMC Geriatrics, a incidência do Herpes Zóster deve subir cerca de 3% ao ano até 2030. Todo mundo que já teve catapora corre o risco de ter Herpes Zóster e estima-se que 95% da população tenha o vírus latente, esperando baixa na imunidade para aparecer.
ENTENDENDO A DOENÇA
O vÍrus permanece anos latente e escondido nos gânglios nervosos, principalmente nas regiões da espinha dorsal e do rosto.
Quando há uma baixa expressiva na imunidade, o vírus se reativa, volta a se multiplicar e agride as terminações nervosas causando dor.
O Zóster se espalha até alcançar uma faixa da pele, onde causa bolhas e feridas dolorosas, que depois secam e formam uma crosta.
A formação de pequenas bolhas na pele, característica do Zóster, costuma acontecer entre 1 a 5 dias após o início da dor. Algumas pessoas podem sentir as dores associadas ao Zóster, mas não desenvolver as lesões cutâneas.
As lesões cutâneas geralmente atingem apenas um dos lados do corpo e podem aparecer em qualquer região. As áreas mais atingidas são o tronco (tórax e abdomen), a face e o pescoço.
As lesões costumam secar em 7 a 10 dias e cicatrizam completamente após 2 a 4 semanas, podendo deixar manchas na pele. Em geral, o quadro completo de sintomas do Zóster costuma durar cerca de 1 mês.
A dor é o principal sintoma do Zóster e pode atrapalhar seu sono, trabalho, humor e atividades cotidianas. A dor é causada pela inflamação do nervo sensitivo que inerva as regiões da pele onde estão as erupções cutâneas. Além da dor, a pessoa pode sentir coceira, ardor ou formigamento na região em que as lesões aparecem.
COMPLICAÇÕES DO HERPES ZOSTER
A complicação mais comum do Zóster é a neuralgia pós-herpética, dor que continua a ser sentida mesmo após a cura das lesões cutâneas. Em muitos casos, a dor geralmente desaparece em algumas semanas ou meses, no entanto, algumas pessoas podem apresentar essa dor durante anos.
Quanto mais idade a pessoa tiver, maior é a chance de apresentar dor mais persistente e mais intensa. Entre os adultos com 60 anos ou mais, cerca de 74% sentem dor por mais de 30 dias e 12%, dor mais de 90 dias.
Outras complicações do Zóster:
- Encefalite: ao se reativar, o vírus pode atingir o cérebro levando a uma inflamação que pode deixar sequelas.
- Herpes Ocular: quando aparece no rosto e alcança a linha dos olhos.
- Infarto e AVC: a inflamação associada a doença eleva a probabilidade de um entupimento nas artérias.
TRANSMISSÃO DO HERPES ZOSTER
Embora não seja comum, é possível ter o Zóster mais de uma vez. A incidência anual de segundo ou terceiro episódio do Zóster não é bem conhecida, entretanto, a taxa de recorrência da infecção aumenta com o passar do tempo, chegando a 6% após 8 anos decorridos desde o primeiro episódio.
O Zóster não pode ser transmitido de uma pessoa para outra. Um indivíduo com o Zóster pode transmitir o vírus para pessoas que não tiveram catapora ou que não foram vacinadas contra a catapora. Neste caso, se essas pessoas forem infectadas pelo vírus, elas desenvolverão catapora.
Após essa infecção inicial, o vírus permanecerá “adormecido” no organismo. O Zóster é o resultado da reativação do vírus, que pode ocorrer meses ou anos após a infecção inicial.
Como o vírus é transmitido pelo contato com o líquido liberado pelas lesões ativas do Zóster, recomenda-se evitar o contato direto com as pessoas suscetíveis, até as lesões secarem. O Zóster é menos contagioso do que a catapora e a chance de transmissão do vírus é menor se a lesão do Zóster estiver coberta.
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DO HERPES ZOSTER
O tratamento do Zóster deve ser iniciado logo no início dos sintomas para diminuir a sua intensidade e o risco de complicações. São utilizados comprimidos antivirais e medicação para dor.
O melhor de tudo é que tem como prevenir esta doença. O ideal é imunizar-se contra a catapora na infância, porém essa proteção só foi incluída no calendário nacional de vacinação em 2013. Por isso, serão várias décadas até que toda a populacão esteja blindada desde cedo contra o vírus.
Existe uma vacina específica para o Zóster e que já está disponível no Brasil na rede particular. A vacina é 14 vezes mais forte que a da catapora e está indicada a partir dos 50 anos.
Apesar de a vacina ser a melhor opção para se proteger da reativação do vírus, manter a imunidade em alta é muito importante e eficaz também. Por isso, abuse de uma alimentação balanceada, atividade física regular e exposição frequente ao sol.
Pele, corpo e mente em equilíbrio são essenciais.